Especial

Covid-19: “O maior desafio é me manter saudável, tanto física quanto mentalmente”, afirma médico

Covid-19: “O maior desafio é me manter saudável, tanto física quanto mentalmente”, afirma médico
GABRIELA RECCO

O médico Lucas Bittencourt Fernandes atende desde o início da pandemia no Centro de Triagem montado no Salão Paroquial em Morro da Fumaça. Um ano após a decretação das primeiras medidas sanitárias em Santa Catarina, o Morro da Fumaça Notícias inicia uma série de reportagens com personagens que lidam diariamente no combate à Covid-19.

“O último ano foi de muita dificuldade. A pandemia mudou totalmente minha forma de trabalhar, principalmente, por integrar a equipe do Centro de Triagem. Faço o possível para manter o isolamento e distanciamento social. Certamente o maior desafio é me manter saudável, tanto física quanto mentalmente”, destaca o médico que foi o primeiro a receber a vacina contra a Covid-19 em Morro da Fumaça.

Ele também coloca que outra grande dificuldade é manter-se firme enquanto vê pessoas adoecerem todos os dias. “O medo de ser um caso grave, de necessitar de internação hospitalar, oxigênio, UTI, e por aí vai, também acaba afetando e gerando um estresse ainda maior nessa rotina caótica”, pontua.

Sociedade mudou a postura

“No início da pandemia era completamente diferente. Apesar de o pânico e o medo serem maiores, justamente por conta de algo novo que estava surgindo, as taxas de infectados e mortes eram baixas. Hoje vemos o contrário – enquanto as pessoas parecem mais acostumadas com a pandemia e suas dificuldades diárias, os números da doença avançam de maneira extremamente rápida” – Lucas Bittencourt Fernandes – médico

A mudança de postura da sociedade desde o início da pandemia também marca a atuação profissional do médico que está todos os dias na linha de frente. “No início da pandemia era completamente diferente. Apesar de o pânico e o medo serem maiores, justamente por conta de algo novo que estava surgindo, as taxas de infectados e mortes eram baixas. Hoje vemos o contrário – enquanto as pessoas parecem mais acostumadas com a pandemia e suas dificuldades diárias, os números da doença avançam de maneira extremamente rápida”, relata o médico.

Ele acrescenta que esse reflexo de desleixo com as medidas preventivas é percebido pelo número de atendimentos. “No início a procura pelo Centro de Triagem era baixa, haviam poucos casos confirmados na cidade. E hoje vemos um aumento bem significativo na demanda e os novos casos avançando diariamente no município”, alerta.

Aflição com o bem-estar da família

Por estar exposto permanentemente no atendimento no Centro de Triagem, médico Lucas Bittencourt Fernandes teve que mudar a rotina com os familiares. “Minha família é uma preocupação constante. Reduzi o número de visitas a um mínimo, para evitar levar a eles qualquer contaminação, e sempre reforço os cuidados contra o vírus. Meu avô, de 90 anos, já recebeu as duas doses da vacina, então fico um pouco mais aliviado em saber que ele está protegido”, conta.

Nestes 365 dias lidando com a doença, ele admite que a maior frustração, atualmente, é encontrar pessoas que não respeitam as regras de isolamento e distanciamento que impedem a disseminação do Coronavírus. “Acabam, por vezes, levando o vírus para dentro de casa, e proliferando o vírus em diversos ambientes. Por favor, se cuidem! Infelizmente não existe remédio que cure infecção de Covid-19, então nossas maiores proteções são os cuidados que temos ao higienizar as mãos, usar máscaras e manter o distanciamento social”, finaliza o médico.

Lucas foi o primeiro a ser vacinado contra a Covid-19 em Morro da Fumaça, ainda no dia 19 de janeiro.

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

Topo