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Catadores de Morro da Fumaça se reúnem para criação de associação

Catadores de Morro da Fumaça se reúnem para criação de associação
Gustavo Milioli / PMMF

Centro de Triagem de Resíduos está prestes a ser entregue pelo Governo Municipal.

A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Morro da Fumaça (Fumaf) está apoiando a criação de uma associação de catadores de materiais recicláveis no município. O Centro de Triagem de Resíduos deve ser inaugurado no próximo mês pelo Governo Municipal e servirá como o local de trabalho para a separação do lixo.

Atualmente, a coleta seletiva em Morro da Fumaça é realizada pelo Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos da Região Sul (Cirsures), que leva o material recolhido para os aterros de Urussanga. Com a construção do novo espaço, além de terem um lugar seguro e amplo, os catadores locais poderão lucrar com os resíduos gerados pela população fumacense. A estrutura está sendo construída no Loteamento Abel Maccari e terá aproximadamente 400 metros quadrados.

“Fizemos uma reunião com algumas pessoas que já trabalham com isso no município, para incentivarmos a criação de uma associação. Através disso, eles tiveram o interesse e estão atrás de nomes para poderem formar a diretoria e participarem do edital de chamamento que iremos promover”, explica Silvia Roseng, diretora superintendente da Fumaf.

O chamamento público será aberto assim que o Centro de Triagem de Resíduos ser inaugurado. A expectativa do poder público é que ao menos uma associação se inscreva para começar a utilizar o espaço. “Precisaremos dar uso ao centro. Na reunião, passamos a importância do trabalho que eles exercem e o que eles podem fazer com os benefícios de uma associação. Daremos todo o apoio de educação ambiental, de pontos de coleta reciclável, de parcerias com escolas, empresas e em tudo o que pudermos para aumentar a quantidade de material reciclável destinado a eles”, detalha.

A cooperativa será a responsável por criar o próprio regimento interno, definir a diretoria e o modus operandi dos trabalhos. As vendas dos materiais e a remuneração dos colaboradores também ficarão por conta dos próprios membros. O grupo já deu início às buscas de clientes e planeja registrar o CNPJ até o final do mês.

“Eles vão se organizar como acharem melhor. Nós, da Fumaf, daremos todo o apoio na parte de coleta, de ajuda com quem poderão vender os materiais, os documentos legais. De resto, a associação andará com as próprias pernas”, destaca Silvia.

Oportunidade de crescimento

O casal José Roberto Rita e Marli Joaquim trabalha com a coleta seletiva há anos. As dificuldades das ruas os fizeram deixar de lado a reciclagem e procurarem empregos em outras áreas. Com o Centro de Triagem de Resíduos e uma associação de catadores, os dois não tiveram dúvidas em retornarem à ativa.

José e Marli estiveram presentes na reunião e já passaram a entrar em contato com conhecidos para formarem a cooperativa. Eles estão em um grupo de oito pessoas e estão atrás de mais, no mínimo, duas.

“Todos já têm outros empregos, meu marido está largando tudo para enfrentar só aquilo ali. Com 10 membros já teríamos uma equipe bacana nesse início. Além de presidente e vice-presidente, precisamos ter tesoureiro, secretário, e outros cargos. No primeiro mês acertamos de cada um permanecer no serviço atual, porque no momento não temos renda. Estamos dando a cara a tapa. Está sendo difícil achar gente para a cooperativa, a maioria já está trabalhando em outros lugares. Nós vamos entrar sem salário”, comenta Marli. Os ganhos dos catadores será definido conforme a quantidade de material reciclável que conseguirem vender.

Segurança e estabilidade

Os perigos de percorrerem as ruas com o carrinho de lixo não vão mais existir. “Vai ser mais seguro, não vamos ficar rodando a cidade na chuva, no frio, no calor. Meu marido tinha uma bicicleta com uma carrocinha enganchada, era pesado. Chegou até a sofrer um acidente. Estamos apostando alto, contando que vamos conseguir ter sucesso”, aponta a catadora.

Morro da Fumaça tem potencial para reciclar muito mais do que recicla atualmente. “Hoje, reciclamos menos de 3% do nosso lixo. Sabemos que temos capacidade de muito mais. Os moradores que reciclam ainda não têm nenhum benefício. Mas a partir da criação do Centro de Triagem, vamos implantar programas parecidos com os de cidades vizinhas, que as pessoas que levarem o seu lixo reciclado nos pontos de coleta poderão receber tickets para trocarem por mercadorias na Feira da Agricultura Familiar ou até mesmo descontos na tarifa do IPTU”, pontua a diretora da Fumaf.

A frota do caminhão, que por enquanto só atende determinados bairros específicos pelo Cirsures, será ampliada. A expectativa é, em breve, chegar a ao menos 5% do lixo reciclado, o equivalente à média nacional. “Vamos trabalhar muito para a população se conscientizar para a importância da reciclagem. A gente evita a contaminação da água, do solo, a degradação ambiental. Além disso, envia recursos para os catadores que sobrevivem disso. É um trabalho ambiental e social de grande importância”, finaliza Silvia.

Catadores de Morro da Fumaça se reúnem para criação de associação

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