Especial

Equipe de vôlei fumacense comemora 34 anos de jogos, amizade e muitas histórias

vôlei fumacense
Gabriela Recco

Elas jogam vôlei há 34 anos e formaram uma amizade através do esporte. E hoje, 27 de junho, Dia Nacional do Vôlei, elas contam como tudo começou na quadra do Ginásio de Esportes Jorge Silva, em 1987.

A história teve início no salão de beleza das irmãs Lourena e Vera de Almeida, quando algumas clientes pediam para montar um grupo feminino de vôlei. “Eram algumas professoras que frequentavam o salão, e elas tinham vontade de formar um time de vôlei. As professoras já possuíam um time formado, mas precisavam de um time adversário”, conta Lourena de Almeida Sartor.

A partir daí as proprietárias do salão convidaram mais algumas jogadoras e formaram o time adversário. “Na época, não era muito comum ver um time composto apenas por mulheres, e encontramos dificuldades no agendamento da quadra. Na tentativa de conseguir realizar os jogos nós tivemos que lutar por nossos direitos, tanto dentro de casa, para convencer os esposos e familiares, assim como fora de casa, para conseguir o espaço da quadra”, enfatiza Lourena que joga até hoje no time.

“Muitas vezes chegávamos para jogar e a quadra já estava ocupada por eles. Foi onde buscamos apoio do prefeito na época, Paulino Bif, para resolver isso. E daquele dia em diante nosso caminho de atleta estava feito”, coloca a jogadora Sibeli Naspolini Salvan.

Estatuto e disciplina

Hoje os jogos acontecem toda segunda-feira, das 18h às 20h, no Ginásio de Esportes Jorge Silva.  Com o passar do tempo, houve a necessidade da construção de um estatuto. “Foi uma questão de organização. O horário, a assiduidade, o uso de uniforme e o pagamento da mensalidade são regras que são levadas muito a sério. O pagamento de multas pelo fato de chegar atrasada, ou por não usar uniforme ou mesmo por não mandar substituta caso precisar faltar, é prioridade no nosso estatuto”, explica Sibeli.

Amizade intensa

Além dos jogos elas mantêm a amizade fora da quadra, realizando festas e passeios e, assim, cultivam muitas histórias e causos. “Somos um time de veteranas com maior prazer. Muitas de nós já são avós e outras jogam com filha e neta. Não praticamos só o esporte, temos amigas de coração, de confiança”, pontua Sibeli.

Elas já viajaram por vários lugares, conheceram e curtiram muitas praias do litoral catarinense e também o friozinho de Gramado/RS. Além das festas temáticas para festejar aniversários, elas já estiveram juntas em chás de bebê, casamentos, e muitos outros encontros fora da quadra.

Passados todos estes anos, as jogadoras se orgulham da amizade que formaram. “Encontramos uma forma sadia e descontraída de nos encontrar. Nas festas, nós brincamos, cantamos, conversamos, choramos, bebemos, e rimos muito”, descreve Sibeli.

Família dentro e fora de quadra

Para a atleta Saionara Naspolini Bertan, o grupo é uma família. “É uma amizade de longa data, muita parceria tanto na atividade quanto na vida, sempre nos empenhamos o máximo para as confraternizações e os jogos de todas as segundas. É um prazer fazer parte dessa família que formamos”, admite.

“Eu sempre gostei de vôlei. E no início os jogos eram o principal motivo do grupo. Só que foi se tornando um grupo muito forte, uma amizade intensa, um comprometimento. Nossos filhos acabaram quase nascendo na quadra, se criaram praticamente juntos. E para mim que vim de outra cidade, conhecia poucas pessoas de Morro da Fumaça, fiz muitas amizades com esse time. Nossas festas e passeios incentivaram mais isso”, destaca outra jogadora, Vera Pavei.

“Foi preciso muito amor, perseverança, respeito e disciplina para que chegássemos até aqui”, completa Sibeli.

Grupo sofreu alterações

Com o passar do tempo, a formação dos times foi sofrendo algumas alterações. “Algumas jogadoras deixaram de participar, as substituições iam sendo feitas. Mas até hoje os jogos continuam acontecendo. Eu e a Vera, e, também a Tina, que fomos as primeiras, continuamos no time”, finaliza Lourena.

“Passamos momentos de alegrias, tristezas, perdas, confiabilidades, coisas que só nós sabemos. Temos uma história linda juntas. Vimos netos nascerem, filhos casarem, amigas se separarem. A história é de amor, essa é a palavra mais correta para simplificar a turma do vôlei. Só tenho boas recordações”, completa Vera Pavei, que no momento está afastada por motivos de saúde.

Entre atletas titulares e substitutas já passaram muitos nomes: Adriana, Carminha, Normélia, Gina, Jucélia, Valmira, Vergínia, Lessi, Nana, Iris, Marta, Marcia, Glória, Jaqueline (in memorian), Kátia, Verinha, Viviani, Neguinha.

Atualmente jogam: Albertina, Andreia, Delizandra, Julia, Lourena, Saionara, Sibeli, Vera, Ângela, Cris, Kellen, Luciana, Renata, Talita.

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