Gabriela Recco
A atleta fumacense Débora Pacheco viveu no último sábado (7) um momento marcante na sua trajetória esportiva. Ela estreou nas ultramaratonas de montanha com um excelente resultado, o 5º lugar geral na Imaruí Ultra Trail, prova de 52 quilômetros disputada em meio à mata atlântica.
A largada aconteceu às 6h30, ainda escuro, com os atletas utilizando lanternas na cabeça para iluminar o caminho. Ao longo do percurso, os corredores enfrentaram terrenos extremamente técnicos, com trilhas irregulares, lama, poças de água e subidas desafiadoras, resultado da chuva que caiu durante a semana. A altimetria da prova foi um dos pontos mais exigentes, totalizando cerca de 2.700 metros de ganho.
“Me sinto realizada. Foram sete meses de preparação intensa para essa prova. Tive uma rotina de cinco a seis treinos de corrida por semana, somando de 80 a 100 quilômetros semanais, com treinos de madrugada, sob o calor do verão e em terrenos variados. Já me sentia uma vencedora só por ter passado por todo esse processo, que já é insano por si só”, conta Débora, que completou a prova em 8 horas e 3 minutos, às 14h33.
Segundo ela, o maior desafio vai além da linha de largada. “O maior desafio sempre será o caminho até chegar à prova. Conseguir conciliar treinos, alimentação, suplementação, descanso, família, trabalho, casa, não é fácil. Isso já é uma ultra”, brinca.
Ela relata que o dia da prova foi o momento de aplicar tudo que foi construído com dedicação nos treinos. “Graças a Deus fiz uma boa prova, não me machuquei, não caí, não tive problemas digestivos ou intestinais. Tive leves indícios de câimbras, mas consegui administrar. E tem sempre aqueles momentos em que vêm pensamentos intrusivos, principalmente, quando o cansaço começa a bater, do tipo: ‘por que estou fazendo isso?’, mas logo passa. A vontade de vencer e superar-se é sempre maior”, comemora Débora.
A Imaruí Ultra Trail é considerada uma das provas mais complexas do calendário nacional de corrida em trilha, atraindo atletas de diversos estados. “Foi uma experiência incrível e, também, bem difícil, mas é disso que eu gosto, de desafios. Os sonhos são grandes e os treinos continuarão. Busco fazer outras ultramaratonas em alguns estados do nosso Brasil, e quem sabe, até em outro país”, finaliza a atleta.
