SAMUEL WOYCIEKOWSKI / CMMF
Parlamentares lembram passado de dificuldades no abastecimento e reforçam compromisso com a qualidade do serviço prestado atualmente.
O possível retorno da gestão dos serviços de abastecimento de água e esgoto de Morro da Fumaça à Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) mobilizou os vereadores durante a Palavra Livre, em diferentes pronunciamentos durante Sessão Ordinária, parlamentares reforçaram preocupação com a possibilidade de um retrocesso e destacaram os avanços conquistados desde que o município assumiu, em 2018, a responsabilidade por meio do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE).
A discussão ganhou força após o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) retomar o julgamento do processo que pode reverter a municipalização do serviço. Dois desembargadores já votaram contra a continuidade do modelo atual e o terceiro pediu vistas, adiando a decisão. Enquanto isso, a cidade aguarda com expectativa o desfecho.
Para o vereador Luciano Formentin Pereira, a volta da CASAN seria um grande prejuízo. “Será um retrocesso gigante para a nossa cidade, para as pessoas. Hoje temos uma gestão exemplar da SAMAE. As faltas de água são pontuais e rapidamente resolvidas. Antes, com a CASAN, as pessoas precisavam lavar roupa de madrugada. Isso não pode voltar”, afirmou.
Já o vereador Antonio Heliton Montes Silva preferiu destacar o apelo coletivo da população. “Esse é um pedido de toda uma cidade. Não se trata de um posicionamento pessoal, mas de uma manifestação coletiva. O serviço da SAMAE é muito mais benéfico para Morro da Fumaça. Isso precisa ser respeitado”, disse.
O vereador Sulanor Enio de Freitas, o Doquinha, trouxe à tribuna a lembrança dos tempos difíceis quando a CASAN era responsável pelo serviço. “Sou morador do Loteamento Matilde Recco há 14 anos. Quase todos os dias faltava água. Era desumano. Hoje, com o SAMAE, muita coisa mudou. Temos água limpa, regularidade, investimentos. A população está ao lado do Governo Municipal nessa luta”, destacou.
A crítica de Doquinha vai além da infraestrutura. “A falta de água era rotina, as pessoas tinham que levantar às quatro da manhã para encher baldes. Isso afetava a dignidade. A mudança foi resultado da união entre a população, o Executivo e esta Casa Legislativa. Não podemos aceitar que isso se perca”, completou.
O vereador Felipe Pereira Nunes também se pronunciou em defesa do modelo municipal. “Nós estamos acompanhando, sim, o trabalho do prefeito, inclusive, com reuniões, conversas, tratando diretamente com ele e verificando como está o andamento das ações. E é certo que a população não tem mais sensibilidade para retrocesso. Hoje, com o SAMAE, a realidade mudou.”, pontuou.
O vereador Felipe ainda destacou a importância de manter um olhar atento à dignidade das pessoas: “Inclusive do ponto de vista psicológico, porque ter água em casa com regularidade afeta diretamente o bem-estar das famílias. Nós, vereadores, estamos aqui para representar o povo, e esse compromisso segue firme.”
A presidente da Câmara, vereadora Marijane Felippe, encerrou os pronunciamentos relembrando o histórico de cobranças feitas ao longo dos anos contra a CASAN. “Foram dezenas de requerimentos apresentados por vereadores de Legislaturas anteriores, pedindo explicações, cobrando melhorias e denunciando a precariedade do sistema. Essa história está registrada nos arquivos da Câmara de Vereadores. A mudança para o SAMAE foi uma conquista coletiva, resultado da coragem de enfrentar uma realidade inaceitável. Hoje temos um sistema que é modelo. Não podemos abrir mão disso.”
Atualmente, o SAMAE atende cerca de 6 mil unidades, com cobertura de 100% da área urbana, dois sistemas de tratamento modernizados com capacidade de 220 m³/h, 13 reservatórios com volume total de 2,7 milhões de litros e mais de R$ 2,4 milhões investidos na primeira etapa da rede de esgoto no Centro da cidade.
