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Vereadores aprovam “Sonho de São Roque” como patrimônio cultural imaterial de Morro da Fumaça

Vereadores aprovam “Sonho de São Roque” como patrimônio cultural imaterial de Morro da Fumaça
SAMUEL WOYCIEKOWSKI / CMMF

Projeto de Lei reconhece receita e modo de preparo do tradicional sonho como parte da identidade cultural do município e garante preservação para as próximas gerações.

A Câmara de Vereadores de Morro da Fumaça aprovou, em Sessão Ordinária, o Projeto de Lei do Legislativo nº 14/2025, que declara o “Sonho de São Roque” patrimônio cultural imaterial do município. A lei reconhece a receita e o modo de preparo da iguaria como parte integrante da identidade cultural local e tem como objetivo preservar, valorizar e promover essa tradição comunitária e religiosa. O texto ainda reforça que o patrimônio cultural imaterial é composto por práticas, representações, conhecimentos e técnicas transmitidas de geração em geração, que fortalecem o sentimento de identidade e continuidade.

Durante a votação, os vereadores destacaram a importância histórica e cultural do projeto. O vereador Felipe Pereira Nunes, um dos autores, ressaltou o caráter comunitário e religioso da tradição. “É o reconhecimento de uma expressão de fé, esperança e identidade que atravessa gerações e mantém viva a espiritualidade do nosso povo. Como vereador, mas também como coordenador de liturgia da comunidade do Centro e da Paróquia, testemunho de perto o valor simbólico e espiritual que este sonho carrega para tantas famílias. Ele não é apenas um relato, é um sinal, uma mensagem, uma herança que merece ser preservada e valorizada”, afirmou.

O vereador Antonio Heliton Montes Silva recordou que a tradição é passada de geração em geração e que o reconhecimento oficial é um passo importante. “É uma lei muito válida e importante para a cultura de Morro da Fumaça. Este ano encontrei pessoas de outras cidades que vieram comprar o sonho e comentaram que sempre ouviram falar dele. Nada mais justo que agora o sonho, além de ser de São Roque, seja oficialmente fumacense e reconhecido como do povo da cidade”, disse.

Para o vereador Sulanor Enio de Freitas, o Doquinha, o registro valoriza o trabalho voluntário e reforça o impacto regional da festa. “Fui festeiro em 2017 e aprendi a fazer o sonho com a Dona Vitória, que tinha paciência para ensinar. Desde então, ajudo todos os anos. A produção movimenta a cidade e atrai pessoas de toda a região. Agora esta tradição fica registrada como patrimônio cultural da nossa cidade, valorizando a fé e a cultura do nosso povo”, declarou.

Luciano Formentin Pereira lembrou que a fama do sonho ultrapassa os limites do município e que a aprovação da lei incentiva novas gerações a se envolverem. “Quando ainda morava em Criciúma, já ouvia falar do Sonho de São Roque. Mostra como a tradição passa de pai para filho. Este ano fiquei feliz em ver muitas pessoas novas ajudando como voluntárias. É gratificante ver esse trabalho reconhecido e valorizado”, destacou.

A presidente da Câmara, vereadora Marijane Felippe,que também atua como voluntária durante a produção dos sonhos, ressaltou a grandeza do esforço coletivo. “Só neste ano foram produzidos mais de 34 mil sonhos. É um trabalho manual que exige dezenas de voluntários e muita dedicação. Registrar isso como patrimônio garante que não se perca no futuro e fortalece nossa fé e o turismo religioso. O poder público precisa ter boa vontade e a sociedade civil precisa estar organizada. Vemos um lindo trabalho voluntário que precisa ser preservado e incentivado”, afirmou.

Representando a comunidade católica, Luzia Isabel Zanata usou a tribuna livre e agradeceu em nome da paróquia. “O sonho, tão simples em sua receita, carrega um valor imenso porque é tradição, é cultura e é fé. Quando alguém saboreia um sonho em nossa festa, participa de uma história que atravessa gerações. Este gesto não é apenas um ato legislativo, mas um presente à cidade, registrando na história aquilo que já estava gravado no coração do nosso povo”, finalizou.

O projeto foi aprovado por unanimidade pelos vereadores e agora segue para sanção do prefeito municipal. A autoria da proposta é dos vereadores Antonio Heliton Montes Silva, Felipe Pereira Nunes, Marijane Felippe, Sulanor Enio de Freitas, Luciano Formentin Pereira e Henrique Casagrande.

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